O próprio Michel Temer já admitiu que a reforma trabalhista pretendida pelo governo usurpador tem inspiração espanhola. Em 2012, o país europeu realizou um reforma trabalhista e, cinco anos depois, o desemprego está na casa dos 19,6%. Muitos economistas espanhóis avaliam como desastrosa a medida, que aumentou o trabalho temporário em 25%. Para se ter uma ideia, de cada dez novos empregos, nove deles são temporários e 20% deles duram menos de uma semana.
“Os salários baixaram com a reforma. Novas contratações têm condições precárias, por conta da temporalidade dos contratatos, com salários que caíram em média 20%”, analisou a Sara de La Rica, economista e professora da Universidade do País Basco, em recente entrevista ao Jornal Zero Hora-RS. La Rica afirma que os objetivos da reforma espanhola foi flexibilizar as relações trabalhistas, facilitar as demissões, diminuir o poder dos sindicatos e reduzir salários, sem reduzir as jornadas. “As empresas não criarãm empregos sem geração de riqueza. Vale em qualquer lugar”, enfatiza La Rica, pontuando que o aumento do emprego só ocorre com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). “É necessário regular a flexibilidade, porque sem isso o país pode cair na precariedade, como na Espanha. É necessário que os trabalhadores tenham seus representantes, mas também é certo que os sindicatos tenham de entender que o emprego está mudando. Reivindicações passadas devem dar espaço a outras”.
A taxa de desemprego no Brasil está na casa dos 12,6% e a Reforma Trabalhista dos golpistas passou na Câmara dos Deputados e vai ser analisada por três comissões no Senado.